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Àreas de intervenção dum Dietista

Àreas de intervenção dum Dietista

Dezembro 1, 2021 Saude Segurança Alimentar 0


O Dietista é um profissional de saúde com o grau de licenciatura, com uma intervenção interdisciplinar, cujo objectivo primordial consiste na aplicação das ciências da nutrição no tratamento de doenças e na promoção da saúde, a nível individual e colectivo.


A Profissão de Dietista

O Dietista é um profissional de saúde com o grau de licenciatura, com uma intervenção interdisciplinar, cujo objetivo primordial consiste na aplicação das ciências da nutrição no tratamento de doenças e na promoção da saúde, a nível individual e colectivo.

Os seguintes diplomas legais regulam a actividade profissional do Dietista:

  • Decreto Lei nº564/99 de 21 de dezembro
  • Portaria nº 256-A/86 de 28 de maio

A Dietética é uma área de intervenção interdisciplinar cujo objetivo primordial consiste na aplicação das ciências da nutrição e da dietética na prevenção e no tratamento de doenças e na promoção e educação da saúde, a nível individual e colectivo, assim como nas áreas da investigação, gestão e ensino.

Atualmente, o Dietista pode assumir diferentes funções na sua prática, em três grandes áreas de intervenção:

Nutrição Clínica: o Dietista é responsável pela avaliação nutricional, determinação das necessidades nutricionais, planificação e supervisão de planos alimentares, pelo aconselhamento nutricional em consulta ou durante o internamento; colabora em equipas multidisciplinares de saúde na definição de protocolos e estratégias que promovam a recuperação/melhoria na saúde nutricional e funcional dos doentes.

Nutrição Comunitária e Saúde pública: o Dietista está diretamente envolvido na promoção da saúde e prevenção da doença mediante o estabelecimento de políticas que conduzam à promoção de hábitos alimentares saudáveis dos indivíduos e grupos no sentido da saúde nutricional das populações.

Restauração Pública e Coletiva | Gestão, o Dietista Gestor: o Dietista é responsável pela organização e gestão de serviços de nutrição e dietética em instituições hospitalares e não hospitalares (empresas, etc.); intervém na gestão da restauração pública e coletiva, proporcionando refeições de qualidade e equilíbrio nutricional a indivíduos ou grupos.

Assim, o dietista aplica os seus conhecimentos e competências profissionais em funções na promoção da saúde, terapêutica, segurança alimentar, administração e gestão dos serviços de alimentação e dietética, nomeadamente:

  1. Avaliação das necessidades nutricionais;
  2. Elaboração de programas de intervenção com vista à promoção de hábitos alimentares saudáveis;
  3. Integração em equipas pluridisciplinares com o objetivo de implementar uma terapêutica dietética adequada à situação clínica;
  4. Avaliação do estado nutricional através de equipamentos e técnicas específicas, bem como através da análise e interpretação de parâmetros bioquímicos e imunológicos;
  5. Conceção e aplicação de inquéritos alimentares para caracterizar e avaliar a ingestão alimentar da população e do utente saudável ou com patologia;
  6. Cálculo e planificação do suporte nutricional a administrar por via oral, enteral (sonda) ou parenteral (endovenosa);
  7. Monitorização do suporte nutricional instituído;
  8. Definição de planos nutricionais com elaboração de regimes e ementas para diferentes grupos etários com definição e quantificação de nutrientes e alimentos e suplementos necessários à sua execução;
  9. Realização de actividades educativas que permitam a outros influenciar o comportamento alimentar de indivíduos e grupos;
  10. Estabelecimento e implementação de normas e procedimentos, baseando-se nos princípios do HACCP/ SAFE, para garantir alimentos mais seguros; estabelecimento de medidas preventivas e implementação de medidas corretivas, através da análise de riscos, identificação de pontos críticos de controlo e da aplicação sistemática de registos e procedimentos de verificação aplicando-os a todas as fases, desde a produção até ao consumidor final;
  11. Desenvolvimento e implementação de sistemas de gestão da qualidade com o objectivo de avaliar e garantir a melhoria contínua da nutrição da população;
  12. Programação e execução de auditorias higio-sanitárias e auditorias da qualidade através do exame sistemático do cumprimento dos procedimentos estabelecidos;
  13. Colaboração no desenvolvimento de novos produtos que respondam em simultâneo às necessidades nutricionais e tendências de mercado.

Locais de Intervenção:

O Dietista intervém em estabelecimentos públicos e privados, tais como:

  • Unidades hospitalares públicas e privadas
  • Clínicas privadas
  • Centros de Saúde
  • Misericórdias
  • Lares de idosos
  • Creches
  • Infantários
  • Clubes desportivos
  • Exercício liberal
  • Ensino e investigação
  • Informação médica
  • Cantinas escolares e Universitárias
  • Refeitórios coletivos
  • Empresas de catering
  • Restauração Pública e Coletiva
  • Indústria alimentar e hoteleira
  • Autarquias

História do Dietista

É num documento dos Hospitais Civis de Lisboa (Decreto nº 28.794, de 10 de Outubro), em 1938, que surge a primeira referência aos Dietistas em Portugal, onde é possível identificar, nos quadros do pessoal, a categoria profissional de Dietista dos lactentes.

Quinze anos mais tarde, em 1953, é possível encontrar registos de pessoal dos Hospitais Civis de Lisboa que revelam a existência de “Serviços de Dietética” com dotação de Dietistas.

Dois anos depois, em 1955, é oficializado o primeiro Curso de Dietistas.

Em 1975 já tinham sido formados cerca de 90 Dietistas, encontrando-se aproximadamente 50 a exercer a profissão. A área clínica foi a privilegiada, sendo os hospitais o local de trabalho que mais Dietistas empregou.

Antes de 1980, o ensino de Dietética decorria em escolas próprias, após a reestruturação dos Centros de Formação e posterior criação das Escolas Técnicas dos Serviços de Saúde de Lisboa, Coimbra e Porto. Esta formação preconizava planos de estudos devidamente estruturados, com seis semestres de duração.

Em 1993, este ensino é integrado no Sistema Educativo Nacional, passando as Escolas Técnicas a Escolas Superiores de Tecnologias da Saúde e a formação a ser conferente de grau de bacharel.

Em 1999, as Escolas são autorizadas a conferir grau de licenciado e esta formação passa a estar organizada num 1º ciclo com 6 semestres e num 2º ciclo com dois semestres de estudos, situação que ainda se verifica actualmente.

Perspectivas futuras

O avanço do conhecimento científico sobre a relação entre hábitos alimentares, saúde e patologia requer, por parte dos Dietistas, actualização permanente dos conhecimentos na área das ciências da nutrição.

A evolução do conhecimento, associada ao reconhecimento do direito à saúde, à educação e protecção da população, poderá ter repercussões no alargamento do âmbito de intervenção, nomeadamente ao nível dos estabelecimentos de educação e ensino onde sejam distribuídas refeições e das empresas de catering, entre outras.